É meus caros leitores, a manhã dessa quinta-feira amanheceu conturbada pro cenário do metal brasileiro. Eduardo Falaschi, vocalista do Angra desde 2001 resolveu enfim deixar a banda. Segue abaixo a carta aberta com a declaração oficial:
“Caros amigos, fãs e parceiros,
Há alguns momentos na vida de um homem que é necessário tomar algumas decisões radicais para seguir em frente.
Vivo um momento muito feliz, onde hoje, aos 40 anos de idade, me sinto pleno e altamente satisfeito por ter conseguido realizar praticamente todos os meus sonhos pessoais e profissionais.
Tenho uma família linda, muitos amigos e fãs maravilhosos que me acompanham nesses mais de 20 anos de carreira, com mais de 15 álbuns gravados, diversas turnês mundiais e milhares de cópias vendidas no mundo todo.
Sou uma pessoa afortunada por ter conseguido chegar tão longe fazendo Heavy Metal no Brasil e desbravando o planeta fazendo a música que mais amo.
Venho pensando, já algum tempo, sobre os caminhos que devo seguir e finalmente cheguei a conclusão que é chegada a hora de tomar, o que talvez seja, a decisão mais difícil da minha vida.
É com um misto de alívio, paz e tristeza que venho declarar que a partir de hoje não sou mais a voz do ANGRA. Estou saindo da banda, já com muitas saudades de tudo o que construímos juntos, principalmente dos tempos alegres de ´Rebirth´ e ´Temple of Shadows´. Jamais esquecerei tudo o que vivemos, desde os bons até os maus momentos, afinal, sempre devemos ver o lado bom das coisas, sobretudo nas dificuldades.
Todos nós sabemos que nada é eterno e que as separações, uma hora ou outra, acontecem. Vivemos juntos por uma década, e isso é uma vida. Tivemos nosso momento, fizemos história, uma fase linda e inesquecível da qual serei eternamente grato por esses 10 anos de muitas vitórias e por todas as oportunidades que me foram dadas! Desejo-lhes sorte nos caminhos que decidirem trilhar.
Tenho e sempre terei muito orgulho da nossa história! Enfim, minha vida é a música e a música é meu alimento do espírito.
Tenho muitos planos e projetos para o futuro, e em breve todos saberão! Alguns deles já estão bem consolidados, crescendo a cada dia, fortes e gerando ótimos frutos que demandam e merecem a minha inteira dedicação. Sendo assim, precisarão da dedicação de outros envolvidos e, por razões óbvias de logística, ocorrerão algumas mudanças naturais nos meus trabalhos fora do ANGRA, como a saída do Felipe Andreoli do Almah, que se dedicará somente ao ANGRA e seus outros projetos.
Quanto ao Felipe, todos nós do Almah sentiremos muitas saudades e seremos eternamente gratos por sua essencial contribuição com nossa história, que continua firme e em frente.
Com essas grandes mudanças de ciclo e de renovação de energias, eu sigo para construir um futuro de paz e harmonia, com os meus ideais e minha carreira como cantor, compositor e produtor ao lado dos meus fãs e amigos.
Sempre primando pela amizade, humildade, união e igualdade!
Muito obrigado a todos!
Para um coração limpo nada é impossível!
Com carinho...”
Edu Falaschi
Enfim, depois da declaração do Edu dizendo que estava dando um tempo fora do Angra eu aguardava ansiosamente que ele não deixasse a banda mas infelizmente tudo culminou. Mesmo polêmico com suas declarações sobre a cena do metal brasileiro, a péssima e sua ultima apresentação nos vocais do Angra no Rock In Rio 4, Falaschi é um grande vocalista, a nova era do Angra após a saída do Andre Matos foi estupenda! Álbuns memoráveis, "Rebirth (2001)" e "Temple Of Shadows (2004)" por exemplo, mostram todo o potencial que ele tinha nos vocais.
Agora é esperar que uma nova fase da banda seja virtuosa como as outras e desejar sucesso para o Eduardo Falashi na sua carreira que segue.
Agora mudando de banda, na carta acima consta a saída do baixista Felipe Andreoli do Almah. É, já não bastava as mudança que o Angra vai sofrer e encima já vem mudança no Almah que é uma puta banda! Essa saída vai ser maléfica afinal o Felipe fez um ótimo trabalho com a banda. O "Motion" por exemplo, um disco estupendo que ganhou como melhor álbum nacional de 2011 pela pesquisa da Roadie Crew que consequentemente também tornou Andreoli como melhor baixista brasileiro.
Felipe Andreoli se pronunciou sobre toda essa reviravolta publicando uma nota em seu site oficial, veja:
Hoje é dia de tomar uma decisão muito difícil, uma das mais difíceis da minha carreira: estou deixando o Almah. Pra dar uma perspectiva, vou contar uma historinha bem resumida: entrei na banda em 2007, um tempo em que havia muita incerteza sobre o futuro do Angra. Edu, Aquiles, Fábio e eu nos juntamos na suposta certeza de que queríamos seguir juntos. Na época o Edu já havia gravado um primeiro disco do Almah, e abriu as portas para que nós entrássemos e fizéssemos parte do que então era apenas um projeto. Muita água rolou, e logo ficou claro que não havia um acordo com Aquiles e Fábio em relação aos planos para o futuro, e a banda mudou de formação, com a entrada de Marcelo Barbosa, Marcelo Moreira e Paulo Schroeber. Com essa formação fizemos dois discos que eu simplesmente adoro, rodamos diversas cidades do Brasil, fomos ao Japão divulgar o trabalho, e sempre fizemos tudo com as nossas próprias mãos, desde a parte musical até a parte burocrática e financeira. O projeto já não era mais apenas isso, mas uma banda propriamente dita. Mesmo as dificuldades impostas pela distância física entre nós foram sempre superadas em nome do bem maior, que era o Almah. Assim foi, e é, até hoje.
Eu comecei a tocar com o Edu em 2001, quando entrei no Angra. Conquistamos coisas fantásticas, conhecemos o mundo juntos, passamos pelas melhores e piores coisas que se possa imaginar juntos. Uma grande amizade floresceu, e com ela uma união, uma sintonia. Com o passar dos anos, essa amizade sobreviveu às mais diversas situações, mas como toda relação, sofreu um desgaste inevitável. Os fatos não vêm ao caso agora. Hoje são 11 anos tocando juntos, construindo uma história da qual tenho muito orgulho, mas essa história tem um fim, pelo menos nesse momento. É hora de cada um de nós seguir trabalhando da maneira que julga ser a mais correta, o que nos coloca fatalmente em caminhos separados. O Almah nasceu do Edu, é seu filho e, em minha opinião, sua maior criação. Tenho certeza de que contribuí muito para que a banda crescesse e se desenvolvesse, e empenhei demais pra isso. Mas a minha filosofia de trabalho e vida hoje já não permitem mais que eu continue.
O legado do Almah na minha vida vai ser sempre a amizade, o clima bom, e a música fantástica que fizemos. E é justamente por querer preservar essas boas memórias que sinto que é hora de ir. Aos meus amigos, toda a sorte do mundo! Tenham certeza de que podem contar sempre comigo.
No mesmo momento vem à tona a saída do Edu do Angra. Muito aconteceu nos últimos anos, e especialmente nos últimos meses, culminando no dia de hoje. É um dia muito triste, de mudanças profundas em nossas carreiras, mas ao mesmo tempo é o início de uma necessária e bem-vinda renovação. A vida acontece em ciclos, e creio ser um erro se ater ao passado e impedir que novos rumos sejam trilhados. A música enquanto arte depende muito de paixão, de uma dedicação quase doentia, e de um bom clima para ser criada. Sendo assim, faz todo sentido que, quando isso não aconteça mais, talvez seja hora de parar e buscar caminhos diferentes, mesmo que naquele momento tudo pareça nebuloso, incerto. Para um grande talento sempre vai existir um caminho. Obrigado, Edu, pelos anos que passamos juntos!
No momento tudo o que quero é seguir com o Angra e os demais projetos de que participo, dando aulas, produzindo discos, e nunca deixando de fazer música.
Como viram essa nota do Andreoli dispensa qualquer outra informação. Um dia triste, só nos resta agora ficar na expectativa de como essas duas bandas vão se reintegrar.